Antes de irmos ao conteúdo vale um disclaimer importante.

Nas últimas edições eu segui uma proporção de 70% conteúdo autoral e 30% pesquisas e bibliografia.

Nessa edição eu fiz o contrário.

70% do conteúdo aqui é pautado em pesquisas..

Tirar da minha cabeça esse tema, não faz sentido, pois posso trazer um viés pessoal muito grande, que não reflete o que o mercado todo está buscando em termos de habilidades.

Esse artigo foi escrito basicamente com 2 estudos que somados tem mais de 400 páginas. 

Eles são:1) Relatório de Empregabilidade 2025 da Gupy → Que traz uma perspectiva nacional

2) Future of Jobs Report 2025 do Fórum Econômico Mundial → Que traz uma perspecativa internacional.

A ideia dessa edição é trazer os highlighs desses estudo e te economizar um bom tempo.

Espero que gostem.

Para organizar o raciocínio, iremos partir de uma leitura global de tendências de negócio, habilidades e carreira e depois trazer um contexto nacional de habilidades requeridas.

A leitura vai seguir a seguinte lógica:

1. Macrotendências: quais são e o que são

2. Impacto das macrotendências na empregabilidade

3. Impacto dessas macrotendências nas habilidades exigidas

4. Panorama das habilidades mais requisitas nas vagas no Brasil

5. Considerações finais

Macrotendências: Quais são e o que são

Macrotendências, são tendências de âmbito econômico, social, climático, demográfico que afetam o mercado de capitais e consequentemente afetam a demanda por profissões e habilidades.

Entender essas macrotendências, nos ajudam a entender o que pode se esperar do mercado de trabalho no futuro.

Esse gráfico mostra a percentagem de empregadores que identificam a tendência em questão suscetível de impulsionar a transformação dos seus negócios.

Baseado nesse grático, percebemos algumas macrotendências mais fortes, como por exemplo:

• Ampliação do acesso digital

  • Um exemplo clássico e recente disso é a parceria entre Starlink e Apple para levar acesso a internet aos dispositivos Apple sem necessidade de conexão 4G ou Wifi tradicional.

• Aumento de custo de vida e inflação

  • Esse exemplo a gente sente na pele. O padrão de consumo muda quando so custos aumetam. No Brasil as pessoas já estão reduzindo gastos supérfulos e com a chegada dos Bets, alguns setores como educação e varejo, começam a sofrer mais.

Mas o ponto aqui, não é apenas entender as macrotendências.

Um líder ou gestor, precisa desenvolver visão de negócio.

Um belo exercício, é você olhar para essas macrotendências e projetar como e quanto elas impactam na empresa que você trabalha.

Esse texto, não é sobre visão de negócio mas já fica a dica, pois essa newsletter tem o intuito de fazer vocês crescerem na carreira.

Exemplo:

Eu trabalho na Vivo e acabei de ler que a principal macrotendência é acesso digital amplo e acabei de ler uma notício que o Elon Musk está fazendo uma parceria com a Apple pra levar internet direta aos dispositivos. Se eu fosse o CEO da Vivo, o que eu faria diante disso? O que eu analisaria? Quais seriam os cenários?

Voltando ao texto, o Forum Ecônomico Mundial, também perguntou as tecnologias que mais tendem a impactar os negócios.

Várias foram faladas como: geração de energia distribuida, satélites, semicondutores etc. Mas a principal, com certeza foi: Inteligência Artificial.

O gráfico abaixo mostra o aumento de matrículas no Coursera em cursos relacionados a IA, financiados por indivíduos e por empresas.

Você já fez algum curso sobre IA e como usar isso no seu trabalho?

Já fica a primeira provocação, independente da sua posição: Não se limite a brincar no Chat GPT ou similar. Busque entender como a IA está impactando a sua indústria e como aplicar no seu dia a dia.

Impacto das macrotendências na empregabilidade

Agora que entendemos as macrotendências e tecnologias que mais impactam o mundo, vamos entender como essas macrotendências estão movendo a oferta de empregos no mundo.

O primeiro gráfico, mostra os empregos com maior tendência de crescer de 2025 a 2030 e o na sequência os empregos com maior tendência de declínio.

É só bater o olho para perceber que os que mais vão crescer são profissionais da área de dados e os que mais vão sofrer são posições burocráticas e manuais.

Com exceção de motorista de caminhão que está super em alta. rsrs

Na pesquisa do WEF eles listam as profissões uma por uma em alta e em baixo.

Algumas das profissões mais ameaçadas são:

• Pesquisadores de opnião

• Operários de Produção

• Engenheiros Químicos

• Atendentes de Suporte ao Cliente

• Operadores de Telemarketing

• Vigilantes/Seguranças

• Recrutadores e Analistas de Recrutamento

• Avaliadores de Seguros

• Zeladores/Faxineiros/Empregados Domésticos/Camareiras

• Assistentes Jurídicos/Paralegais

• Gerentes Administrativos

• Assistentes Administrativos (áreas de estatística, finanças)

• Concierges/Recepcionistas de Hotel

• Analistas de Crédito/Consultores de Crédito e Empréstimos

• Oficiais de Justiça/Escrivães/Servidores do Judiciário

• Designers Gráficos

• Vendedores Porta a Porta

• Controladores de Estoque

• Caixas/Bilheteiros

• Caixas de Banco/Atendentes de Caixa Bancário

As profissões mais em alta são:

• Especialistas em Big Data

• Engenheiros de FinTech

• Especialistas em Inteligência Artificial

• Desenvolvedores de Software

• Gerentes ou especialistas de Segurança da Informação

• Especialistas em Data Warehousing

• Especialistas em Veículos Autônomos

• Designers de UI/UX

• Motoristas de Entrega

• Especialistas em IoT

• Analistas de Dados

• Engenheiro DevOps

• Engenheiros de Energia Renovável

• Engenheiros de Robótica

• Desenvolvedores Blockchain

• Especialistas em Automação de Processos

• Especialistas em Sustentabilidade

• Gerentes de EAD (educação a distância)

• Especialistas em Marketing Digital

• Engenheiros de Sistemas de Energia Solar

• Enfermagem

Olha que interessante:

Se você é um designer gráfico, deve ter levado um susto, pois sua profissão está na lista das ameaçadas.

Mas ao mesmo tempo na lista das profissões em alta existe Designers de UI/UX.

Eu sou engenheiro químico → energias renováveis, sustentabilidade, fármacos

Vigilante, diarista → motorista de entrega, caminhão leves, analista de dados, enfermagem

Assistente admnistrativo → analista de dados, especialista em automações

Existe uma outra abordagem, também interessante.

Uma das profissões em queda é a de atendente de telemarketing.

Eu não econtrei na lista a profissão de vendedor em baixa.

Qual a provocação? Sempre vamos precisar de vendedores mas não de atendentes de telemarketing, em todos tipos de profissão.

Se o seu trabalho é manual, repetitivo, operacional, você está ameaçado, independente do que você faz.

A interação entre humanos, máquinas e os algoritmos estão redefinindo as funções de trabalho em todos os setores.

O WEF estima que, hoje, 47% do trabalho tarefas são executadas principalmente por humanos, com 22% realizados principalmente por tecnologia (máquinas e algoritmos), e 30% preenchidos por um Combinação de ambos. Até 2030, os empregadores esperam essas proporções sejam divididas quase igualmente entre essas três categorias.

Ou seja, precisamos estar preparados para trabalhar com conjunto com humanos e com máquinas, sofwtares. 

Impacto dessas macrotendências nas habilidades exigidas

O gráfico abaixo do estudo do WEF mostra a percentagem de empregadores que consideram as seguintes competências como essenciais para a sua força de trabalho.

Vou dar meus 5 cents rapidamente na principais habilidades:

1. Pensamento analítico → Tem que saber fazer matemática básica, ler um gráfica, raciocínio lógico

   1. “Ai Mateus, não sou bom em matemática" → se vira, vai aprender. Faz Kumon se precisar.

2. Resiliência, flexibilidade, agilidade → Tem que saber mudar a rota, aceitar mudar escopo. Foda-se se job description. Tem que fazer o que tiver que ser feito, aprender rápido e se virar.

3. Liderança e influência social → Tem que saber vender suas ideias, se relacionar, saber lidar com chefe chato, com área que fica intrometendo na sua, conseguir trabalhar com o seu colega do MST se você é frequentador assíduo da "motosseata” do Bolsonaro.

4. Pensamento criativo → Tem que saber ter ideias, buscar soluções alternativas, fazer testes, analisar viabilidade de ideias.

Olha que interessante:

Você precisa ser analítico E criativo.

Isso é muito nítido no mercado.

No Marketing, por exemplo, no passado teve a época dos super criativos, campanhas publicitários, David Ogilvy e cia.

Recentemente foi a leva dos engenheiros. Eles lotaram os escritórios de marketing e começaram a fazer piada com a galera de publicidade que não sabia fazer regra de três.

Agora o egenheiro ta se ferrando, por que ele tem mil dados, faz anúncios em várias plataformas, mede todo o comporamento do usuário no site mas não consegue vender mais porque não sabe construir marca.

E aí a minha dica é o seguinte:

Você é um gênio criativo → foda-se os números

Você é um gênio analítico → foda-se a criatividade

Mas se você é um mero mortal, bora tentar contribuir e juntar essas duas coisas.

“Como eu faço isso Mateus?”

Eu não sou nenhum gênio, meu QI deve ser bem mediano.

E também não sou super criativo, mas as vezes tenho boas ideias e consigo contribuir.

As pessoas acham que eu consigo contribuir com áreas analíticas e criativas do marketing.

Então, vou compartilhar as coisas que eu fiz, que eu acho que me fizeram chegar até aqui e ter essa capacidade de ser analítico e criativo ao mesmo tempo:

1. Curiosidade

   1. Eu leio e gosto de aprender sobre tudo. Eu leio sobre filosofia, história, negócios, marketing, vendas, finanças.

   2. Meu perfil no instagram é uma zona: eu sigo o Bolsonaro e o Lula. Eu sigo a Tábata e o Nikolas. Eu sigo uma página que fala de onças pitadas e uma que fala sobre esportes.

2. Interesse sobre as pessoas

   1. Eu acompanho gênios e o que eles consomem: Elon Musk, Bill Gates, etc

   2. Eu adoro conversar com pessoas da roça quando vou para o interior e conhecer a história delas

3. Eu estudei muito matemática

   1. Eu fiz engenharia em uma universidade federal. Eu me ferrei muito. Eu tive que fazer conta com letras (a +b =c). rsrs

4. Reflexão e contemplação

   1. Eu adoro ficar sozinho, pensando em ideias, viajando maionese.

   2. Eu gosto de fazer isso caminhando, ou em uma corrida leve, ou pedal leve.

5. Viver experiências

   1. Eu gosto de ir a museus, galerias de arte

   2. Mas também vou em show de cantor sertanejo, parque de diversão

   3. Gosto de ir em restaurantes caros mas também gosto de ir em butecão.

Tem uma frase muito bacana:

Para ele, toda solução criativa é a combinação de coisas que já existem, só que de uma forma que niguém viu ainda.

Eu acho isso fantástico.

Agora para isso você precisa ter repertório. Por isso a importância de ser curioso, estudioso e viver experiências.

Por que a parte analítica, você senta e estuda. Fica um mês fazendo lista de matemática pra você ver se você não melhora com números.

Se você quiser melhor isso, na boa, faz um curso de matemática online, Kumon, se você quer dar um próximo passo, estude programação, SQL, vai ajudar com raciocínio lógico.

Agora ser criativo, demanda reepertório, vivências , referências que por sua vez demandam tempo ou dinheiro. É mais trabalhoso. Mas é possível.

Panorama das habilidades mais requisitas nas vagas no Brasil

Em seguida, vou trazer alguns highlights do estudo da Gupy sobre Brasil. Eu confesso que ele é bem menos aprofundado que o WEF, e muito generalista.

A seguir você pode verificar as habilidades que figuram no topo da lista das posições publicadas pelas organizações.

Nas vagas presenciais, as cinco principais habilidades estão centradas em:

Entre as vagas híbridas, as cinco principais habilidades requisitadas no último ano foram

Por fim, ao recortarmos as principais habilidades desejadas para posições home office, temos:

De modo geral, conseguimos ver um balanço entre habilidades analíticas e de comunicação.

Considerações finais

Como vocês poderam analisar o cenário de mercado de trabalho é de rápida transformação, impulsionado por macrotendências como a digitalização e a inteligência artificial.

Se eu fosse construir um profissional completo, future proof, ele teria:

1. Fortes habilidades analíticas

2. Fortes habilidades de liderança e influência social

3. Inteligência emocional e escuta ativa

4. Excelente capacidade de comunicação

5. Resiliência e adaptabilidade

6. Agilidade e eficiência no seu trabalho

7. Forte visão de negócio e capacidade de conectar áreas

8. Criatividade orientada a resolução de problemas

Olhem para isso como um norte para guiar seu processo de desenvolvimento.

Busque se auto avalilar e pedir aos seus pares opnião sobre esses pontos e entenda o que você precisa melhorar.

A necessidade de requalificação e aprendizado contínuo vai ficar cada vez mais intensa e necessária no nosso dia a dia.

Nas próximos edições posso focar em algumas habilidades acima e trazer como você pode melhorar em cada uma delas. O que acha?

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